Notícias

Qual é a árvore que marcou sua vida?

É mais um Dia da Árvore. Jornalistas e amigos de ((o))eco escreveram relatos sobre a árvores inesquecíveis de cada um. Qual foi a sua?

Redação ((o))eco ·
21 de setembro de 2012 · 13 anos atrás

Aqui em ((o))eco somos obrigados a ficar atentos às más notícias sobre a conservação. Faz parte do ofício do jornalismo ser vigia, publicar as informações que permitem ao público formar sua opinião. Mas também gostamos de beleza e de coisas boas. Nessa sexta, 21 de setembro de 2012, aproveitamos para trocar com o leitor depoimentos de jornalistas e amigos de ((o))eco sobre as árvores inesquecíveis das nossas vidas. Qual foi a sua, amigo do ((o))eco?

O baobá da Praça da República. Foto: Celso Calheiros
O baobá da Praça da República. Foto: Celso Calheiros

O baobá imponente do Recife

Eu sempre me impressionei com o baobá da Praça da República, no Recife. A árvore fantástica chama minha atenção desde meus tempos de criança. Muito mais tarde, adulto e profissional (nessa ordem), fiz uma reportagem sobre o interesse por baobás, espécie tão comum no Recife. Entre entrevistas e pesquisas, fui descobrir que o baobá da praça — que é o endereço do Palácio do Campo das Princesas — está lá desde o século 19. Vi fotos de crianças de três gerações da mesma família posando para fotos com ele ao fundo.

O baobá da Praça da República é o mais conhecido da cidade e o Recife é cheio dessas gordas e grandes representantes da flora africana. Outro baobá do Recife com uma história e tanto é a árvore das Graças. Em 1975, a grande inundação da cidade levou de tudo. Mangueiras foram arrancadas, casas caíram, lama por todos os lados. O baobá das Graças está lá até hoje.  (Celso Calheiros)

A chacoalhada conjunta das crianças

A minha árvore não era frondosa. Baixinha e frágil, o pequeno arbusto da família das Malpighiaceae, a aceroleira, era o nosso “ponto” de partida para todas as brincadeiras no quintal da casa dos nossos avós. E como era grande aquele quintal. Nele tinha também pé de cacau, abacate, limão, murici, manga, goiaba e romã.

Mas era da arvorezinha do fruto azedo que a gente gostava. Eram mais de oito crianças que disputavam o “lugar à sombra”. Quem chegasse primeiro tomava a posição de “sindico”. Cabiam uns 4 pirralhos de no máximo 40 quilos. Os que não venciam a concorrência ficavam choramingando debaixo dela.

Bem podada, suas ramificações transformavam-se em salas, quartos e cozinha. Hoje lembro que era difícil pra nós desviar de todas aquelas pontas secas. Mas nada era empecilho, já ouviu dizer que “menino arruma jeito pra tudo?”.  O ápice da brincadeira era a chacoalhada conjunta. Um presente em chuvas de acerola para os que ficaram no chão. Minto, na verdade, dividíamos meio-a-meio o fruto selecionado.

Hoje também tenho um pé de acerola em casa. Mas não consigo imaginar aquela meninada toda se pendurando nos seus galhinhos tão finos. Eu sei que aquela aceroleira tinha a medida certa para a criançada. Essas coisas que só acontecem na casa dos avós… (Leilane Marinho)

A árvore que conversou comigo

Karina e sua árvore amazônica. Foto: Andrezza Cristine
Karina e sua árvore amazônica. Foto: Andrezza Cristine

Leia também

Salada Verde
5 de setembro de 2025

Festival Filmambiente encerra sua 14a edição nesta sexta-feira

Foram 47 filmes com temáticas socioambientais exibidos gratuitamente ao público. O documentário “Paraíso”, lançado em 2024 pela diretora carioca Ana Rieper, fechou a amostra

Reportagens
5 de setembro de 2025

COP30: os perigos da espetacularização de suas fragilidades

Para Anália Barreto, do Instituto Mapinguari, transformar problemas da COP30 em espetáculo abre espaço para forças políticas que buscam deslegitimar a cúpula

Notícias
5 de setembro de 2025

O legado de destruição ambiental de Bolsonaro

Na semana do julgamento por trama golpista, relembre a lista (não exaustiva) de atos do ex-presidente contra o clima, as florestas e os povos indígenas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.